Escultura de Romeo
DUAS ALMAS
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Oh tu, que vens de longe, oh tu, que vens cansada,
entra, e sob o meu teto encontrarás carinho:
eu nunca fui amado e vivo tão sozinho,
vives sozinha sempre e nunca foste amada...
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A neve anda a branquear lividamente a estrada
e a minha alcova tem a tepidez de um ninho.
Entra, ao menos até que as curvas do caminho
se banhem no esplendor nascente da alvorada.
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E amanhã, quando a luz do sol dourar radiosa
essa estrada sem fim, deserta, imensa e nua,
podes partir de novo, ó nômade formosa!
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Já não serei tão só, nem irás tão sozinha:
- Há de ficar comigo uma saudade tua...
- Hás de levar contigo uma saudade mina...
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lindo poema, parabens.
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