Pesquisar este blog

sábado, 19 de maio de 2018

SONETOS DA AUSÊNCIA


Pintura de Romeo Zanchett 

SONETOS DA AUSÊNCIA 
.
Não te desejo mais pela amargura,
Nem pelas alegrias inconstantes;
Quero beijar nas tuas mãos distantes
O amor que me alivia a transfigura.
.
Quero, sonhando a adolescência pura
no teu corpo febril, das mãos amantes, 
colher nos ventos tudo quanto dantes
ambicionara em sedes de loucura. 
.
Quero o teu riso, o teu silêncio, a graça
do teu vestido ao vento, o andar sereno
de ave marinha pelas madrugadas. 
.
Quero colher em ti o que não passa
e pulsa em mim como o teu leve aceno
na distância impossível das estradas.
.
Soneto - 2 
O doce amor. As doces mãos da amada. 
Seu corpo branco como a luz macia
e a matinal pureza. E a graça e a fria
carícia irmã da leve madrugada. 
.
A rua humilde. A paz desta pousada. 
A trepadeira, o alpendre... E, todo dia, 
os risos das crianças, a alegria 
descendo, clara, sobre a minha estrada.
.
Depois, a noite os sonhos dominando, 
Vozes veladas... Confissões e medo...
Gestos de quem parou na despedida
.
e há de ficar, por seu pesar, chorando. 
vivendo o adeus que é como o seu segredo, 
o adeus que encerra em si a própria vida. 
.



3 comentários:

  1. lindo magnifico- o amor e o sentimento a meu ver mais lindo de toda a eternidade. amor da minha vida

    ResponderExcluir
  2. pessoa habilidosa - harmoniosa - de uma perfeiçao incrivel e pq nao dizer de um gosto refinadissimo - agradeço por te conhecer

    ResponderExcluir